- Críticas

JASMINS
 
Logo pela escolha do título, Jasmins é um conto que promete fragrância. E o que lá se encontra, além de um perfume sutil e delicado  a impregnar a narrativa do início ao fim, são 3 histórias que acontecem em 3 diferentes tempos:

A primeira narrativa diz respeito à correspondência trocada entre um analista e seu professor e acontece no aqui e agora. A segunda história aborda a análise de um cliente muito especial, alguém que virá a se revelar um verdadeiro espírito em carne e osso, ou seja, um fantasma, e acontece em um passado recente.A terceira e última história  nos fala da vida e do drama de Zifiu, o personagem analisado e dá-se num passado remoto.

Os 3 tempos citados se intercalam na narrativa imprimindo-lhe um certo tom incerto o qual combina muito bem com um conto onde o personagem principal transita com desenvoltura entre este mundo e o outro.

O texto é perpassado do início ao fim pelo fio condutor do perfume de jasmins. Este perfume impregna  linhas e entrelinhas conferindo á história uma natureza intensa e delicada, invocando o tom poético relacionado à presença física de Ialá no espírito de Zifio.

Ao cabo e ao final do conto, fica com quem degustou, o sabor de um acontecimento atemporal, o prazer de ter partilhado uma experiência atípica, com gostos picante, amargo e doce. Uma leitura curta na horizontal, mas alongada na vertical.
 

---